O que se sabe sobre a variante Delta?

A variante Delta é a responsável pela segunda onda de infecção por COVID-19 na Índia, além de ter substituído a Alpha como cepa predominante na Escócia e gerado um aumento significativo no número de casos no Reino Unido. 

Segundo dados da OMS, a Delta circula por, pelo menos, 85 países. No Brasil, já é a principal causadora da doença em diversos estados, como o Rio de Janeiro. 

Apesar da efetividade das vacinas ainda ser elevada contra essa cepa, a disseminação dela preocupa os cientistas. Isso porque essa variante é bem mais transmissível que as versões anteriores. 

A Delta é um subtipo da linhagem viral B.1.617, que surgiu devido a uma mutação na proteína S ou Spike, localizada na superfície da membrana do vírus (compondo, assim, a chamada “coroa”). É essa proteína que faz o vírus se conectar à célula humana, o primeiro passo do processo de infecção. Por este motivo, ela é o principal alvo dos anticorpos mais potentes do nosso organismo. 

A versão da Spike presente na Delta possui maior afinidade com as nossas células que as versões das linhagens virais que circularam no início da pandemia. O que significa que essa cepa se une às células mais facilmente, sendo transmitida com maior velocidade. Estudos apontam que a Delta é tão contagiosa quanto a catapora. 

Além disso, uma pesquisa utilizando soros de pessoas previamente infectadas com outras variantes indica que a Delta possui maior risco de reinfecção. 

As vacinas são eficazes? 

Estudos ainda estão sendo realizados para determinar o efeito das vacinas contra a Delta. Até o momento, os resultados mostram que a  eficácia da AstraZeneca em prevenir internações causadas pela nova variante é de 75% após a primeira dose e 94% após a segunda. Já a eficácia da Pfizer na prevenção de novas internações é de 94% (primeira dose) e 96% (segunda dose). Testes recentes também parecem indicar que a Coronavac pode ser utilizada para combater essa cepa. 

O problema é que outras pesquisas apontam para uma diminuição dos efeitos das vacinas a longo prazo, principalmente a da Pfizer. 

Mesmo assim, a proteção universal que elas oferecem segue sendo bem alta. Por isso, não deixe de se vacinar e continue seguindo todos os protocolos para evitar a profusão do vírus: distanciamento social, máscara e álcool em gel. Assim, impedimos o surgimento de mutações que possam fazer o coronavírus fugir da imunização. 

Fique atento ao calendário de vacinação nos sites e perfis oficiais da prefeitura da sua cidade. Quando chegar o dia de vacinar as pessoas da sua idade, não deixe de ir se imunizar. E lembre-se de tomar a segunda dose também! Juntos, venceremos a COVID-19 e todas as suas variantes.

https://portal.fiocruz.br/noticia/pesquisa-sugere-maior-risco-de-reinfeccao-pela-variante-delta
https://portal.fiocruz.br/noticia/vacina-astrazeneca-tem-92-de-efetividade-contra-hospitalizacao-pela-variante-delta