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Como as vacinas são desenvolvidas e testadas?
Descubra como as vacinas são desenvolvidas e testadas.
A pandemia de Covid-19 trouxe à tona uma série de debates em torno das vacinas, como sobre os tipos, origens e o processo de liberação para serem aplicadas na população.
As vacinas são uma das ferramentas mais importantes e eficazes que temos para prevenir doenças infecciosas. Desde a criação da primeira vacina, no fim do séc. XVIII, contra a Varíola, até os dias de hoje, as vacinas tornaram-se um fator decisivo para a manutenção da saúde da população ao redor do mundo.
Ao longo dos tempos, a ciência se desenvolveu; e tecnologias foram aprimoradas para que as vacinas tivessem cada vez mais eficiência.
Mas a grande pergunta que muitas pessoas vêm fazendo nos últimos anos é: como as vacinas são desenvolvidas e testadas antes de serem disponibilizadas à população? Neste artigo, resumimos todo o processo de desenvolvimento e teste de vacinas de maneira bem mastigada para você.
Quem desenvolve vacinas?
O processo de desenvolvimento é complexo e não é feito por apenas um tipo de profissional. Toda a cadeia produtiva de uma vacina passa por inúmeros profissionais de diferentes áreas, incluindo microbiologia, imunologia, biologia molecular, bioquímica, farmacologia, entre outras.
Esse processo também envolve várias etapas, desde a pesquisa básica até ensaios clínicos em humanos. Geralmente, a pesquisa inicial é realizada por cientistas acadêmicos, muitas vezes em universidades ou instituições de pesquisa, com financiamento de agências governamentais ou até mesmo ONGs.
A partir da fase de ensaios clínicos em humanos, as empresas farmacêuticas geralmente assumem a responsabilidade pelo desenvolvimento e produção da vacina.
Entre os profissionais envolvidos no seu desenvolvimento, podemos citar:
· Cientistas de pesquisa: responsáveis pela identificação do agente infeccioso, desenvolvimento de métodos de isolamento, cultivo e caracterização do agente e identificação dos componentes da vacina.
· Imunologistas: responsáveis por estudar as interações entre o agente infeccioso e o sistema imunológico e pelo desenvolvimento de estratégias para induzir uma resposta imunológica protetora.
· Farmacologistas: responsáveis por estudar a segurança e eficácia das vacinas em modelos animais e em ensaios clínicos em humanos.
· Engenheiros químicos e de produção: responsáveis pela produção em larga escala da vacina, incluindo o desenvolvimento de processos de fabricação e o controle de qualidade.
· Reguladores: responsáveis pela avaliação da segurança e eficácia das vacinas e pela concessão de autorização de uso.
Como as vacinas são desenvolvidas?
O processo de desenvolvimento de uma vacina começa com a identificação do agente infeccioso que causa a doença, seja um vírus ou uma bactéria. Uma vez que o agente infeccioso é identificado, os cientistas começam a trabalhar para desenvolver uma vacina que possa prevenir a doença.
Existem vários tipos de vacinas, incluindo as de vírus inativado, vírus vivo atenuado, proteína recombinante e ácido nucleico. Cada tipo de vacina tem um processo de desenvolvimento diferente.
As vacinas de vírus inativado são feitas a partir do próprio vírus causador da doença. Porém, esse vírus é inativado para que não acometa o paciente. Elas são parecidas com as vacinas de vírus vivo atenuado, feitas a partir do vírus que causa a doença, mas nas quais esse vírus é apenas enfraquecido para que não possa causar a doença em pessoas saudáveis.
As vacinas de proteína recombinante são feitas a partir de uma parte do vírus que causa a doença, como uma proteína, e as vacinas de ácido nucleico são feitas a partir do material genético do vírus que causa a doença.
Como são feitos os testes das vacinas?
Antes que uma vacina possa ser liberada para uso público, ela deve passar por uma série de testes rigorosos para garantir que seja segura e eficaz. Esses testes são chamados de ensaios clínicos e são conduzidos em fases, para avaliar diferentes aspectos da vacina.
Na fase pré-clínica, a vacina é testada em animais, para avaliar sua segurança e imunogenicidade, ou seja, sua capacidade de desencadear uma resposta imunológica. Esses estudos também ajudam a identificar possíveis efeitos colaterais e estabelecer doses seguras para uso em humanos.
Na sequência, vem a fase clínica, que é dividida em 3 etapas:
· Fase 1: dos ensaios clínicos. A vacina é testada em um pequeno grupo de voluntários saudáveis para avaliar sua segurança e determinar a dose mais eficaz. Essa fase também ajuda a identificar quaisquer efeitos colaterais e a avaliar a imunogenicidade da vacina em humanos.
· Fase 2: a vacina é testada em um grupo maior de voluntários, para avaliar sua eficácia e segurança em um grupo mais diversificado de pessoas. Essa fase também ajuda a determinar a dose ideal e o número de aplicações necessárias para se obter a máxima proteção.
· Fase 3: a vacina é testada em um grupo ainda maior de voluntários em um estudo randomizado, duplo-cego e controlado por placebo, para avaliar sua eficácia e segurança em condições do mundo real. Essa fase é a mais crítica e pode levar vários anos para ser concluída.
Após a conclusão dos ensaios clínicos, a vacina deve ser aprovada por órgãos reguladores, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), no caso do Brasil, para garantir que atenda aos padrões de segurança e eficácia antes de ser liberada para uso público.
Os ensaios clínicos são um passo crucial no desenvolvimento de vacinas e garantem que elas sejam seguras e eficazes antes de serem disponibilizadas para o público. É importante lembrar que as vacinas continuam a ser monitoradas após a aprovação, a fim de garantir sua segurança e eficácia contínuas.
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