O que é Menopausa Precoce? Causas, diagnóstico e tratamentos.

A menopausa é um fenômeno natural, que ocorre na vida de toda mulher. 

Sem outras causas patológicas, ela normalmente acontece entre 40 e 55 anos de idade (mais comumente entre 48 e 51 anos). A ocorrência de menopausa antes dos 40 anos não é considerada fisiológica e é denominada Falência (ou Insuficiência ) Ovariana Prematura (FOP). A chamada menopausa precoce, como é popularmente conhecida, pode trazer algumas dúvidas, inseguranças e preocupações. Neste artigo, vamos entender melhor o que é, quais são as causas, como é feito o diagnóstico e quais são os tratamentos. 

Como a menopausa precoce acontece e quais são suas causas? 

A insuficiência ovariana prematura é a perda da função ovariana antes dos 40 anos. Isso significa que os ovários deixam de liberar óvulos e deixam de produzir hormônios sexuais suficientes, como estrogênio e progesterona, e a mulher para de menstruar. 

As razões da falência ovariana prematura são múltiplas e podem resultar da redução do número de folículos (estruturas que abrigam os óvulos e produzem os hormônios sexuais) nos ovários, desde o nascimento, ou por perda acelerada ao longo da vida e/ou podem ocorrer por defeitos nos mecanismos que estimulam o desenvolvimento desses folículos. Frequentemente a causa não é conhecida e o quadro é então denominado Idiopático. Dentre as causas conhecidas estão: 

• Causas Genéticas: Alterações relacionadas ao cromossomo sexual X, como Síndrome de Turner (monossomia do X) e Síndrome do X Frágil; Doenças Autossômicas; Causas relacionadas a genes de hormônios / receptores hormonais. Embora possa ter causa genética, a maioria dos casos de falência ovariana prematura são esporádicos e somente 5% apresentam história familiar. 

• Causas Autoimunes: algumas doenças autoimunes podem atacar também estruturas nos ovários, levando à perda prematura da função ovariana, dentre elas: Tireoidite de Hashimoto, Doença de Addison, Vitiligo, Lupus Eritematoso Sistêmico, Artrite Reumatóide, Miastenia Gravis, Doença de Chron, Síndrome de Sjogren. 

• Causas iatrogênicas (por tratamentos médicos): Radioterapia (RT) e Quimioterapia (QT) podem afetar a função dos ovários, dependendo de suas doses, idade em que foram feitas, local de irradiação (para RT) e tipo de droga (para QT). Cirurgias pélvicas podem comprometer o suprimento sanguíneo dos ovários ou ocasionar processo inflamatório local e precipitar a menopausa precoce. 

• Toxinas e infecções virais 

• Defeitos enzimáticos 

Como o diagnóstico é feito?

O diagnóstico da menopausa precoce é realizado pela ginecologista com base na história clínica de ciclos menstruais irregulares ou parada das menstruações por 3 ou mais meses seguidos (amenorreia secundária) em mulheres com menos de 40 anos ou nos casos de não ocorrência da primeira menstruação até os 16 anos de idade (amenorreia primária), combinado com exames de sangue para firmar a falência ovariana (pelos menos duas dosagens do hormônio FSH, com ao menos 1 mês de intervalo entra cada uma) e para excluir outras causas que justifiquem o quadro clínico. Sintomas ocasionados pela falta de estrogênio (como por exemplo, fogachos) podem estar presentes, mas não são obrigatórios. 

A avaliação da mulher com IOP inclui uma revisão detalhada do seu histórico de saúde e familiar e exame físico minucioso, com objetivo de confirmar o diagnóstico, procurar uma possível causa e esclarecer situações associadas a IOP, como doenças autoimunes e causas genéticas. Uma vez confirmado o diagnóstico, é importante pesquisar as causas genéticas relacionadas a alterações no cromossomo X, para fins de aconselhamento genético. 

Existe tratamento? 

Não existe cura para a menopausa precoce e o manejo clínico da paciente envolve o suporte emocional, desde o momento do diagnóstico, a abordagem da infertilidade e o tratamento hormonal para reversão dos sintomas e prevenção das comorbidades associadas ao hipoestrogenismo a longo prazo (osteoporose e doenças cardiovasculares).

A Terapia de Reposição Hormonal (TRH) é mandatória para todas as mulheres com IOP que não tenham contraindicação ao seu uso e deve ser mantida ao menos até a idade habitual da menopausa (em torno dos 50 anos). 

Nesse contexto, a TRH para as mulheres jovens deve ser encarada como a necessidade de substituição de hormônios ovarianos, numa situação em que eles pararam de ser produzidos precocemente. Por esse motivo, a dose deve alcançar níveis no sangue semelhantes aos níveis de um ciclo menstrual normal, o que na prática, significa doses maiores dos que as habitualmente prescritas para alívio dos sintomas nas mulheres na pós-menopausa fisiológica. A TRH também trará benefícios na qualidade de vida e na saúde sexual dessas mulheres. 

Além disso, considerando o risco aumentado de doenças associadas ao hipoestrogenismo, é importante: 

• Manter um estilo de vida saudável, incluindo exercícios físicos resistidos (com peso), não fumar e manter peso corporal adequado; 

• Ingerir quantidades adequadas de cálcio e vitamina D (preferencialmente através de dieta, porém, sempre que necessário, usar suplementos); 

Como é a abordagem da Infertilidade? 

Embora não tenha cura, a FOP pode não ser definitiva em todas as pacientes. A evolução pode ser intermitente em alguns casos, com algumas mulheres voltando a menstruar espontaneamente e apresentando níveis flutuantes de hormônios, inclusive com ovulação e, em 5 a 10% dos casos, gestação natural e parto. No entanto, com exceção dos raros casos de concepção espontânea, para os demais casos a opção terapêutica para infertilidade nessas pacientes é a fertilização in vitro com óvulo doado. Indutores orais de ovulação e gonadotrofinas injetáveis são ineficazes em pacientes com FOP. 

Toda abordagem, desde a investigação diagnóstica até o tratamento deve ser adaptado às individualidades de cada mulher, levando em consideração suas necessidades e preferências pessoais. Ter uma ginecologista de confiança ao seu lado nesse momento é imprescindível para o suporte psicossocial e cuidados com a sua saúde. 

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Fonte:
https://www.tuasaude.com/sintomas-da-menopausa-precoce/
https://jornal.usp.br/atualidades/saber-identificar-os-sintomas-e-muito-importante-nos-casos-de-menopausa-precoce/