Quando o assunto é vacinação ainda ocorrem alguns mitos em relação ao assunto. Existe uma percepção equivocada que as vacinas não são mais necessárias, mas desde os anos 70, essa é a medida mais eficaz para evitar doenças em todo o mundo.

A vacinação não é só um cuidado com a própria saúde, mas sim um bem coletivo, um dever de cada cidadão. O ato de vacinar os seus filhos é pensar no todo e garantir a saúde da população.

Por que será que as pessoas estão se vacinando menos?
Umas das razões é que os pais nunca ouviram falar da doença ou não conhecem alguém que já tenha tido aquela doença(o que se deve justamente pela ação das vacinas) e por esse motivo não levam os seus filhos para se proteger.

Uma pesquisa que foi realizada pela Faculdade São Leopoldo Mandic, em Campinas (SP), abordou as crenças e percepções de uma parte da população em relação à vacinação infantil. Das 352 pessoas entrevistadas, 23% relataram hesitação e 7% recusa em imunizar os filhos. Entre as que demonstraram hesitação, 41% alegaram falta de confiança nas vacinas, 25% duvidaram de sua segurança ou eficácia e 24% admitiram preocupação com eventos adversos, como dor, vermelhidão e inchaço.

Ao todo recebemos 19 imunizantes que nos previnem de 28 doenças, e a falta de informação e a consulta em fontes não confiáveis que associam as vacinas a transtornos e doenças, acabam contribuindo para a negligência por parte dos pais.

MITOS E VERDADES
1 – Vacinas causam autismos
Mito. Em nenhum lugar do mundo foi identificada a relação da vacina com o autismo.
O que acontece é que um artigo foi publicado em 1988, pelo pesquisador britânico Andrew Wakefield, na revista científica The Lancet no qual indicava que a vacina tríplice viral estava relacionada a uma síndrome intestinal e ao autismo em crianças. Mas em 2010 descobriram que o médico havia forjado os dados da pesquisa, portanto essa informação é falsa.

2 – As vacinas estão relacionadas ao desenvolvimento de microcefalia
Mito. A causa da microcefalia foi a infecção pelo Zika vírus que é transmitido pelo Aedes aegypti e não em decorrer de alguma vacina que as gestantes tenham tomado durante a gravidez.
Segundo a Fiocruz e o Ministério da Saúde, não há registro na literatura médica nacional e internacional sobre a associação do uso de vacinas com a microcefalia. Todas as vacinas ofertadas pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) são seguras. O PNI é responsável pelo repasse, aos estados, dos imunobiológicos que fazem parte dos calendários de vacinação.

3 – Vacinas podem causar reações como febre e inflamação
Verdade. Como estamos recebendo um elemento estranho no nosso corpo, é normal que ele reaja a eles.
A reação mais comum é febre baixa, e que é facilmente controlada com analgésicos prescritos pelo médico e banhos.
Também podem ocorrer coceiras na pele, mas nesse caso é preciso observar a intensidade e o tempo de duração. E se persistir o sintoma é preciso procurar ajuda médica para verificar se é alguma reação a algum componente da vacina (evento raro) ou alergia ao látex da luva de quem aplicou.

4 – Não tem problema tomar a mesma vacina duas vezes
Verdade. Quando ocorre uma campanha de vacinação e são convocadas todas as pessoas de uma determinada faixa etária, mesmo que você já tenha tomado a vacina é preciso repetir a dose.
Repetir a dose não faz mal algum. Em alguns casos raros pode acontecer do organismo não absorver uma das doses da vacina, por motivos pontuais, tornando assim necessário repetir a dose.

5 – A vacinação não é necessária para doenças que não são muito graves, como a catapora e o sarampo
Mito. Todas as doenças que fazem parte do quadro de infecções preveníveis por vacina são potencialmente graves e podem causar desde complicações severas a morte.

6 – Quem é alérgico a ovo não pode tomar a vacina contra gripe
Verdade. O vírus cresce em ovos embrionários, o que pode levar partes proteicas do ovo para a vacina. O que causa o risco de reação forte em quem tem alergia a ovo.

7 – Se a doença já está eliminada no país não existe mais a necessidade de tomar a vacina
Mito. As doenças podem ser trazidas por pessoas de outros países que ainda não estão livres delas. A vacinação precisa ser mantida enquanto existir a doença em qualquer lugar do mundo, pois independentemente de onde estiver a doença, ela pode ser um risco para a nossa saúde.

8 – O mercúrio contido nas vacinas é perigoso
Mito. O tipo que é usado como conservante é o etilmercúrio e o que pode causar intoxicação grave é o metilmercúrio. A OMS indica a utilização do etilmercúrio para a proteção das vacinas quanto a fungos, bactérias e microorganismos, pois essa é uma substância segura que é eliminada pelo organismo facilmente.

9 – A vacinação não protege somente a criança, mas toda a população
Verdade. É o chamado efeito rebanho, que cria uma barreira de proteção que impede que o vírus entre naquela comunidade e chegue nas pessoas que não podem tomar as vacinas, devido à alergia, baixa idade, imunodepressão ou por causa da gestação.

10 – O calendário de vacinação deve ser respeitado, mas atrasar por algumas semanas não representam risco
Verdade. Caso ocorra algum imprevisto, as crianças podem ser vacinadas com um certo atraso é só seguir o esquema de vacinação respeitando o atraso inicial.