Coronavírus: o que falta para as vacinas ficarem prontas?

O mundo acompanha uma corrida sem precedentes na busca pela vacina contra o Covid-19. Laboratórios apresentaram diversas opções e, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), atualmente existem 44 candidatas à vacina nas fases 1, 2 ou 3 de estudos clínicos.

Mais de 200 grupos de cientistas estão, no momento, pesquisando o desenvolvimento de uma vacina contra a doença. No entanto, apesar dos sinais que alimentam o otimismo, não há qualquer garantia de que no futuro próximo haverá uma vacina suficientemente eficaz para acabar com a pandemia. O que é certo até agora é que o coronavírus veio para ficar e não temos ainda vacina e tratamento eficazes.

O desenvolvimento de uma vacina é um processo bastante complexo e lento. Primeiro, ela precisa garantir que não faz mal ao ser humano, que não provoca efeitos colaterais graves e a seguir precisa garantir proteção contra a infecção que nos ameaça, induzindo uma forte resposta imune para a produção de anticorpos neutralizantes. Além disso, é preciso que se possa produzir a vacina em larga escala e ela precisa ser capaz de ser estável tanto no frio como no calor, para que seja transportada para locais diferentes e distantes do planeta.

Como funcionam as vacinas em desenvolvimento

A maioria das vacinas em estágio avançado de pesquisa envolve a injeção de um vírus inativado e enfraquecido ou simplesmente de componentes virais que são produzidos e purificados em laboratório. No entanto, muitas das vacinas para a Covid-19 que estão sendo testadas em seres humanos se baseiam em tecnologias genéticas relativamente recentes (vacinas genéticas), que podem ser com DNA ou com RNA.

Neste caso, em vez de inocular o vírus inteiro ou subunidades do vírus para induzir uma resposta imune como fazem as vacinas tradicionais, a ideia é que nosso próprio corpo produza a proteína do vírus. Para isso, injeta-se parte do código genético viral que contém as instruções para fazer a proteína alvo e finalmente nossas células produziriam esta proteína alertando nosso sistema imunológico. Estas vacinas possuem algumas vantagens: menor custo e necessidade de uma menor infraestrutura de produção. O problema é que até agora nenhuma vacina deste tipo foi comercializada para uso em humanos. Assim, sua eficácia ainda não foi verificada.

Confira como funcionam os 4 principais grupos de vacinas

Vacinas com vírus inativado

Desenvolvidos há cerca de 70 anos, esses imunizantes são feitos a partir do próprio vírus (ou da bactéria, se for o caso). Ele suscita uma resposta de nosso sistema de defesa, que fica preparado para reagir adequadamente diante de uma infecção de verdade.

Vacinas de subunidade proteica

Por que usar o vírus inteiro se você pode selecionar apenas um pedacinho dele ou construir uma partícula sintética, parecida com a original? Esse é o raciocínio por trás do desenvolvimento dos imunizantes de subunidade proteica.

Vacinas baseadas em RNA

Mais modernas, elas são construídas a partir de informações genéticas para conferir uma proteção contra determinada doença. Funciona assim: no laboratório, os cientistas selecionam alguns genes do vírus e fazem modificações nele.

Vacinas com vetor viral não replicante

Usa um vírus modificado para introduzir parte do material genético do coronavírus no organismo e induzir a proteção.

E qual delas é a melhor?

Apesar de não haver uma resposta para essa questão, é preciso destacar que, inicialmente, devemos ter uma vacina que nos proteja de um quadro grave de Covid-19. A imunidade teria vida curta e não funcionaria para todas as pessoas. Ainda assim, é melhor ter uma vacina parcialmente eficaz do que vacina nenhuma. Protegeria parte da população e reduziria a taxa de infecção. Com o tempo, talvez, tenhamos uma vacina mais complexa e mais completa.

Fontes: